Nos artigos anteriores compartilhei reflexão sobre o papel da criatividade na educação. Seria a criatividade a “salvadora” do momento? Afinal, criatividade e inovação são as estrelas da atualidade.
Por outro lado, há muito tempo há quem reconheça o potencial da criatividade como gerador de desenvolvimento, seja intelectual, afetivo, social e até econômico. Dito isto, não seria então melhor ter a criatividade como parceira na Educação?
Embora a escola seja um ambiente perfeito para estimulação e desenvolvimento da criatividade, revela um dos vícios da Educação Brasileira: a valorização do não-pensar, como cita Eunice Soriano de Alencar.
A grande frequência de perguntas que admitem apenas uma resposta correta fazem com que o exercício da criatividade não se desenvolva, e sim, apenas a memória. Como resultado, temos uma aprendizagem por tempo limitado.
Assim sendo, como proceder para facilitar a expressão da criatividade e gerar aprendizagem significativa?
Ao analisar o cotidiano escolar, observamos que a criatividade é abordada em ações pontuais desenvolvidas de maneira irregular, ou seja, em alguns momentos do ano escolar, por alguns professores apenas.
Isso é reforçado pela visão tradicional do ensino onde a ênfase maior é na transmissão de informações, privilegiando o uso de textos (escritos) que são incompreensíveis para os alunos. Embora se reconheça que imagens também são textos, novamente observamos o despreparo para a leitura de textos visuais.
Acrescente-se a isso a valorização do uso da memória, da atitude passiva do aluno (quieto e atento), apenas respondendo às perguntas provocadas pelo professor. A troca de saberes entre as partes fica empobrecida, acontecendo raramente.
Do mesmo modo, o pouco apoio da escola – no papel da direção e dos colegas professores, para a implementação de práticas pedagógicas inovadoras, acaba colaborando para que o desenvolvimento da criatividade aconteça apenas em algumas ocasiões.
Que possíveis soluções podemos encontrar?
Colocar em prática os motivadores adequados ao desenvolvimento da criatividade para que a aprendizagem seja significativa, não restrita a um determinado conhecimento ou habilidade.
Outro recurso é ampliar a utilização das outras linguagens, tais como a visual, sonora, gestual de modo que o aprendiz se sinta motivado a participar ativamente do processo de ensino-aprendizagem.
Na prática isso equivale a se aproximar do seu mundo de interesse, sejam games, vídeos, RPG ou mesmo uma intervenção na sua comunidade.
Como o professor é aquele que tem maior contato e, consequentemente, influência sobre os alunos, cabe a ele ser o motivador principal. Dentre suas ações estão: estimular os alunos a levantarem questões de estudos, discussão e pesquisa.
A avaliação deve ser vista como um momento de retorno (feedback) do processo, ocorrendo durante todo o percurso.
Assim sendo, a criatividade poderá se manifestar em qualquer fase do processo, já que é potencial de desenvolvimento pessoal e coletivo. Portanto, é maleável, adaptando-se a cada situação. Disponível a todos, cabe a cada um de nós fazer a escolha: vamos ter a criatividade como nossa parceira?
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Um grande abraço,
Glória Weisseimer