aprendizagem significativa


Como a criatividade colabora na educação de qualidade?

Como transformar as aulas em uma experiência de vida com significado?

Em busca de uma educação de qualidade, em dezembro de 2017 foi homologada a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que abrange direitos e objetivos de aprendizagem, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.

A BNCC apresenta o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos têm direito na Educação Básica, alinhando a educação brasileira com as necessidades do século XXI.

Sendo assim, muitos autores/educadores destacam que a educação de qualidade é aquela que tem como foco principal a PESSOA, por meio do desenvolvimento de habilidades e competências, e não, a mera transmissão de conteúdo.

Nesse sentido, em seus diálogos com a criatividade, Saturnino de la Torre (2005) destaca a importância da criatividade no currículo escolar, fazendo uma analogia com a banca de revistas.

Lugar de livre acesso, com opções diversificada de produtos e disponível inclusive nos finais de semana, a banca de revistas é um lugar de provocações e de encantamento, disponível para todos e aberta diariamente.

O que podemos aprender?

Na banca de revistas, o ponto principal é o cliente, aquele que busca o produto a ser consumido. Por sua vez, na educação de qualidade, o foco é o aluno.

Por isso o primeiro passo é atrair, motivar, estar predisposto a ouvir a sua mensagem para que se possa adequar conteúdos e estratégias de acordo com seus interesses.

Ao verificar os dados do resultado do Exame Nacional de Desempenho do Estudante (ENADE) 2016, verificamos que o interesse do aluno para que este se torne agente de sua aprendizagem, está muito baixo, visto que 42,8 % estudam de 1 a 3 h/semana.

Assim como a banca de revistas atrai pela diversificação de produtos, também a educação, em todos os seus níveis pode motivar o interesse do aluno ao fazer uso de metodologias de ensino que provocam sua proatividade. São as chamadas Metodologias Ativas.

Nessa nova abordagem é valorizada uma tripla dimensão dos conteúdos, seja nos conceitos e sistemas conceituais, procedimentos, atitudes e valores, as dimensões do saber, fazer e ser estão presentes em todo o processo formativo, desde a educação infantil até a formação continuada.

Assim também, é desafiado o profissionalismo do professor, responsável pelo desenvolvimento de atitudes e habilidades, inclusive as criativas.

De la Torre reforça a importância do estímulo à criatividade desde o início da vida escolar, visto que quanto mais cedo iniciar, mais fácil será sua apropriação, aumentado o potencial inovador dos estudantes, futuros profissionais.

 

Como enfrentar os desafios deste início de século?

A inserção do ensino bilíngue, concepção de currículo integrado e parcerias com instituições estrangeiras são algumas das estratégias em uso.  Nas palavras do presidente da Abepar, Mauro Aguiar, “quem não se movimentar vai perder aluno”.

Entretanto, pouco efeito terá se a transformação não acontecer de modo mais profundo, ou seja, do âmbito pessoal para o coletivo.  Os novos desafios que se se apresentam exigem que os professores estejam preparados.

Desse modo, precisam ser capazes de exercitar em si e com os alunos a percepção dos problemas do mundo a partir de uma abordagem sistêmica, holística, estimulando a cooperação e trabalho integrado.

A educação se dá a partir do contato com a realidade, onde o conhecimento é adquirido pela vivência na resolução de problemas, de modo particular e também coletivo.

 

O conhecimento é produzido da prática para a teoria.

 

Na educação de qualidade, o professor manifesta sua competência criativa ao desenvolver situações de aprendizagem onde o conhecimento é decorrência do ensino criativo.

Nele, o professor é um facilitador da aprendizagem, criando modos que estimulem a curiosidade, a investigação, a criação e verificação de hipóteses sem o engessamento de uma rotina aborrecida.

Para tanto, faz uso de recursos e estratégias de acordo com o perfil dos alunos e do problema em questão, adaptando-os sempre que houver necessidade.

Assim, poderá utilizar mapa mental, visita técnica, estudo de caso, aprendizagem baseada em problemas, role play, filmes, dramatização, storytelling e outros.

Em uma educação de qualidade a criatividade é um elemento provocador e motivador da aprendizagem, que pode estar inserida em diferentes aspectos do planejamento: objetivos, conteúdos, estratégias docentes, recursos e materiais, e avaliação.

Se você quer saber mais sobre criatividade e educação, eu posso lhe ajudar. É só entrar em contato. 

Um grande abraço!

 

 


Acerte o alvo descobrindo qual é o verdadeiro problema!

Anteriormente já mencionei sobre a importância da criatividade na solução de problemas. Sua resolução fica mais interessante e divertida dependendo da nossa abordagem.

Considerando que o processo criativo também acontece para resolver um problema, como fazer para acertar o alvo?

Aquele que acerta o alvo consegue definir o problema real da situação, isto é, chegar na essência, no fator que mais precisa atenção.

Podemos alcança-lo de diferentes modos. Sakichi Toyoda utilizava o conceito dos cinco por quês que consiste em questionar por que cinco vezes assim que um problema é identificado, para saber sua origem.

Imaginando que a questão seja a pouca criatividade que os alunos manifestam na solução de problemas, questione-se.

Por que os alunos (independente da área de conhecimento em formação) apresentam pouca criatividade para resolver problemas? Uma das razões pode ser não terem conseguido determinar com maior precisão o problema em processo.

Por que não conseguem acertar o alvo? Porque não foram estimulados o suficiente.

Por que foram pouco estimulados? Por que as estratégias criativas e seus reflexos no processo de ensino e aprendizagem ainda são pouco utilizadas pelos professores.

Por que as estratégias criativas são pouco utilizadas no processo de ensino e aprendizagem? Porque o uso do processo criativo e seus recursos ainda são vistos como restritos aos profissionais que trabalham com criação (designers, artistas, arquitetos, publicitários).

Por que mais áreas do conhecimento não fazem uso das estratégias criativas e processo criativo na formação dos alunos?

Eis que surge a solução: oportunizar que professores de diferentes áreas do conhecimento interajam entre si fazendo uso de estratégias criativas na resolução de problemas.

Vemos então que, quando o problema é pouco explorado no processo criativo, sua delimitação apressada e superficial pode levar à equívocos e resultados de baixa qualidade.

Quando conseguimos acertar o alvo, quer dizer, quanto mais conhecemos sobre o problema com propriedade e intimidade, mais o olhar se amplia e perspectivas são oferecidas para sua resolução.

O sucesso de seu processo criativo está diretamente relacionado à descoberta do verdadeiro problema alvo. Seja incansável, questione até acertar o alvo!


Processo criativo: 5 dicas para provocar seus criativos

Despertar o interesse dos alunos hoje em dia, é tarefa por si só desafiadora. Como concorrer com os inúmeros estímulos disponíveis num cotidiano envolto em alta tecnologia??

Mais do que nunca é preciso fazer uso de metodologias que promovam o processo criativo em uma aprendizagem relevante. Com foco a partir da pessoa que é estimulada a desenvolver novas significações, as provocações despertam a curiosidade que podem gerar contribuições criativas.

Sendo assim, mãos à obra:
1. Use provocações alinhadas com a dor do seu público.
Nossa atenção sempre está mais voltada para assuntos que são do nosso interesse. Assim, fazendo uso de temas que de algum modo já estão no radar, será mais fácil captar o interesse do seu público.

2. Dimensione o grau da provocação para atingir seu público.
Conheça seu público e faça a provocação de modo que seja tentadora, sendo impossível resistir a ela. Assim, não pode ser muito fácil que cause o desinteresse e nem muito difícil a ponto de causar frustração.

3. Use fatos do cotidiano e do momento para mobilizar atenção para a provocação.
Tire proveito da conectividade atual onde sabemos de tudo em tempo real. Todo mundo gosta de comentar sobre a última novidade.

4. Crie o momento do desafio, onde qualquer integrante do grupo pode propor uma provocação criativa.
A instauração desse evento, mobiliza para que fiquem atentos e sensíveis ao que acontece no seu cotidiano, além de incentivar a autonomia e o gosto pela resolução de desafios.

5. Convoque a utilização de outros sentidos que não apenas a visão e audição.
Para absorver informações e nos comunicar podemos utilizar três canais: o visual, o auditivo e o cinestésico; com predominância de um sobre os demais. Como a sala de aula é um ambiente múltiplo, é fundamental que sejam oferecidas provocações que estimulem todos os canais.
Desse modo, ao explorar todas as diferentes linguagens: visual, sonora (falada, musical), gestual e escrita, daremos oportunidade para que todos se sintam provocados.

A criatividade começa quando as pessoas se sentem motivadas pela pura alegria de fazer o que fazem.
Renata Di Nizo


Criatividade como parceira na Educação

Nos artigos anteriores compartilhei reflexão sobre o papel da criatividade na educação. Seria a criatividade a “salvadora” do momento? Afinal, criatividade e inovação são as estrelas da atualidade.

 

Por outro lado, há muito tempo há quem reconheça o potencial da criatividade como gerador de desenvolvimento, seja intelectual, afetivo, social e até econômico. Dito isto, não seria então melhor ter a criatividade como parceira na Educação?

Embora a escola seja um ambiente perfeito para estimulação e desenvolvimento da criatividade, revela um dos vícios da Educação Brasileira: a valorização do não-pensar, como cita Eunice Soriano de Alencar.

A grande frequência de perguntas que admitem apenas uma resposta correta fazem com que o exercício da criatividade não se desenvolva, e sim, apenas a memória. Como resultado, temos uma aprendizagem por tempo limitado.

Assim sendo, como proceder para facilitar a expressão da criatividade e gerar aprendizagem significativa?

Ao analisar o cotidiano escolar, observamos que a criatividade é abordada em ações pontuais desenvolvidas de maneira irregular, ou seja, em alguns momentos do ano escolar, por alguns professores apenas.

Isso é reforçado pela visão tradicional do ensino onde a ênfase maior é na transmissão de informações, privilegiando o uso de textos (escritos) que são incompreensíveis para os alunos. Embora se reconheça que imagens também são textos, novamente observamos o despreparo para a leitura de textos visuais.

Acrescente-se a isso a valorização do uso da memória, da atitude passiva do aluno (quieto e atento), apenas respondendo às perguntas provocadas pelo professor. A troca de saberes entre as partes fica empobrecida, acontecendo raramente.

Do mesmo modo, o pouco apoio da escola – no papel da direção e dos colegas professores, para a implementação de práticas pedagógicas inovadoras, acaba colaborando para que o desenvolvimento da criatividade aconteça apenas em algumas ocasiões.

Que possíveis soluções podemos encontrar?

Colocar em prática os motivadores adequados ao desenvolvimento da criatividade para que a aprendizagem seja significativa, não restrita a um determinado conhecimento ou habilidade.

Outro recurso é ampliar a utilização das outras linguagens, tais como a visual, sonora, gestual de modo que o aprendiz se sinta motivado a participar ativamente do processo de ensino-aprendizagem.

Na prática isso equivale a se aproximar do seu mundo de interesse, sejam games, vídeos, RPG ou mesmo uma intervenção na sua comunidade.

Como o professor é aquele que tem maior contato e, consequentemente, influência sobre os alunos, cabe a ele ser o motivador principal. Dentre suas ações estão: estimular os alunos a levantarem questões de estudos, discussão e pesquisa.

A avaliação deve ser vista como um momento de retorno (feedback) do processo, ocorrendo durante todo o percurso.

Assim sendo, a criatividade poderá se manifestar em qualquer fase do processo, já que é potencial de desenvolvimento pessoal e coletivo. Portanto, é maleável, adaptando-se a cada situação. Disponível a todos, cabe a cada um de nós fazer a escolha: vamos ter a criatividade como nossa parceira?

Envie seu comentário!

Um grande abraço,
Glória Weisseimer