Crenças


Crenças e a criatividade

O ser humano é movido por crenças. Algumas são fortalecedoras e impulsionam para a realização e exercício da criatividade. Outras são limitantes, causando imobilidade mental ou física.

Um exemplo de crença limitante é que apenas algumas pessoas são realmente criativas. Este modo de pensar é fortalecido pelo relato de histórias de alguns escolhidos como criativos, pois suas ideias já nascem prontas.

Por meio desse tipo de crenças foi se consolidando o mito do gênio criativo. J. S. Bach, Mozart, Picasso, Einstein e tantos outros são reverenciados tanto pela contribuição à humanidade quanto pela aura que se criou em torno da sua capacidade de criação.

Porém, o conceito de “gênio” como ser completo e iluminado é uma construção romântica e idealizada. Bach, por exemplo, integrava uma família de músicos profissionais, onde a música fazia parte do cotidiano há várias gerações.

Bach dedicou sua vida ao estudo da música, trabalhando incansavelmente em diferentes lugares da Alemanha em busca do aperfeiçoamento.

Sua fama, esteve ligada ao virtuosismo na execução do cravo e do violino, bem como no cumprimento de prazos para entrega de composições sacras exigidas pelo culto luterano da época. Sua produção musical abrangeu inúmeros gêneros, tais como, cantata, concerto, moteto, coral, oratório, sonata, suíte, além de fantasia, fuga……

Como alimentava sua criatividade?

Criatividade e boas soluções são resultados de muito esforço mental. Aliado à técnica e dedicação de tempo. O processo criativo é um percurso – individual ou criativo – onde é comum o momento da dúvida, do erro, do conflito e da adversidade.

Por exemplo, Bach buscou no início, referências para explorar sua criatividade na polifonia gótica dos mestres flamengos do século XV, utilizando recursos que estavam a sua disposição (era dono de um órgão e de uma orquestra) para explorar novas possibilidades.

A criação está ligada às nossas crenças pessoais e sociais. A consciência das crenças que nos afetam é que nos permite dar o salto de libertação, questionando o novo, ainda desconhecido e abrindo-nos para o inusitado.

Voltando à produção de Bach como exemplo, ao compor as cantatas, ele utilizava textos de outros poetas ou texto religioso como base e criava as melodias. Incluindo temática religiosa e profana, foram mais de 350 cantatas.

Dessa forma, para atender uma grande demanda, Bach se utilizou do conhecimento técnico musical adquirido, fazendo com que as dificuldades que se apresentavam fossem resolvidas com criatividade, ou seja, com muito trabalho.

Então, nada de ficar focando em crenças que limitam e bloqueiam a criação, trabalhe muito, trabalhe insistentemente. Conheça o que já foi realizado e busque novas combinações. Depois de pronto você verá quem venceu: a criatividade.

Um grande abraço, 

Glória Weissheimer