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4 razões para uma nova pedagogia

A era digital está forçando a mudança de paradigmas dominantes, inclusive na Educação. A escola, que se assemelhava a pequenas fábricas na reprodução de conhecimento, agora busca novos modelos de aprendizagem e inovação, de espírito empreendedor, de criatividade e de colaboração global.Como a revolução digital traz impactos para a Educação, provocando mudanças na pedagogia?

 

1.     A revolução digital transformou nosso cotidiano.

O desenvolvimento tecnológico e seu acesso pelas grandes massas mudou nossa rotina. Inovações como o uso de automóveis autônomos (embora ainda em teste), que já possui legislação aprovada nos Estados Unidos da América. Com a Impressora 3D é possível produzir objetos, órgãos humanos e até armas. No Brasil, segundo dados do IBGE (2016) o celular é o principal aparelho para acessar a internet, estando 64,7% da população permanentemente conectada.

 

2.      A revolução digital “amplificou” a globalização.

A conectividade imediata e acessível alterou o modo como crianças e jovens jogam, acessam a informação, se comunicam entre si e aprendem. Hoje é possível aprender com pessoas de lugares distantes, em tempo real e em horários pré-estabelecidos pelos “aprendentes”.

 

3.      O mundo do trabalho exige modo de pensar que se ajuste às mudanças frequentes, admitindo a pluralidade de pensamentos na resolução de problemas.

Até o século XX o sistema de educação apresentava um caráter dicotômico, onde os alunos eram classificados em dois grupos: aptos e inaptos, tendo o conhecimento cognitivo como o ponto principal de referência para medir seus resultados.

No século XXI, o desafio está em encontrar um sistema mais amplo, que dê oportunidade para o estudante se desenvolver e prosperar frente aos desafios que irá encontrar.

 

4.      O avanço da tecnologia poderá materializar sua promessa de transformar o ensino e a aprendizagem.

O desenvolvimento tecnológico e digital possibilita o uso integrado da pedagogia, tecnologia e conhecimentos para obter melhores resultados no processo de ensino aprendizagem.

No passado não muito distante, o processo de ensino aprendizagem se apoiava na transmissão de conhecimentos, sendo que este consistia em resolver problemas pré-estabelecidos para demonstrar domínio de conceitos. Com o acesso digital é possível que os alunos apliquem suas soluções a problemas do mundo real com públicos autênticos que estão muito além do limite de sua escola.  A riqueza está justamente no uso prático dos conhecimentos adquiridos, a partir de realidades.

Assim, que tal além das operações básicas envolvendo leitura, interpretação e cálculo, fazer uso de uma nova pedagogia que contemple a aprendizagem de resolução de problemas, cooperação, criatividade, pensamento diferente e desenvolvimento de relações e equipes eficazes?

 

Desse modo, os alunos farão uso destes conhecimentos conectados com a sua realidade, utilizando o poder das ferramentas digitais para resolver questões que ultrapassam os limites da sala de aula.

 

O ato de colocar em prática os conhecimentos adquiridos no processo faz com que os alunos adquiram experiência, autoconfiança, perseverança e atitude proativa para criar valor em nossas sociedades baseadas nos conhecimentos, impulsionadas pela tecnologia.

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Até o próximo post!


EDUCAÇÃO: UM NOVO MODELO A PARTIR DA BNCC

Regularmente os professores se reúnem com os gestores pedagógicos para planejar as ações que serão desenvolvidas. Do cronograma ao Plano de Ensino, incluindo saídas técnicas e modelos de avaliação. Durante uma semana são discutidas questões abrangendo a perspectiva do professor e as necessidades do aluno. Esse é o modelo predominante de pensar a Educação.

Entretanto, qual o impacto disso nos resultados do processo de aprendizagem? Pesquisas[1] realizadas para medir a qualidade, equidade e eficiência dos sistemas escolares, mostraram mais uma vez os alunos brasileiros nas últimas posições do ranking. Em termos gerais, das 72 nações pesquisadas pelo Pisa (2015), o Brasil ficou na 63ª colocação. Onde estamos falhando?

Se você se sente desconfortável com isso, não deixe de ler este texto até o final. Ele faz parte da Série Inovação na Educação e nele vamos falar sobre um novo instrumento para a Educação que traz como proposta o desenvolvimento de competências que darão condições para os alunos enfrentarem os desafios da contemporaneidade: a Base Nacional Curricular Comum (BNCC).

 

O que é a Base Nacional Curricular Comum (BNCC)

Quem é educador na sua essência, sabe que os alunos foram mudando seu perfil com o passar dos tempos. Do aprendiz que dizia amém a tudo que o mestre mostrava ao “cliente” que sempre tem razão, a realidade do ensino foi se alterando, mesmo que a escola (e por extensão, seus professores) tenham conseguido acompanhá-la.

 

Historicamente foram diversas as tendências pedagógicas que se sucederam (da tradicional à crítico-social dos conteúdos), todas buscando a melhoria na qualidade de ensino.

 

Consequência deste movimento incessante, em dezembro de 2017 foi homologada a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que se constitui em um “conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica”[2].

 

Desse modo, para que se obtenha melhores índices na educação brasileira, é preciso planejar a aprendizagem a partir do desenvolvimento de competências, campos de experiências e habilidades.

 

A BNCC abrange 10 competências a serem adquiridas desde a Educação Infantil ao Ensino Médio, oportunizando a formação humana integral, ou seja, aprendizagens que articulam a construção de conhecimentos, com o desenvolvimento de habilidades e formação de atitudes e valores. 

 

As Competências Gerais integram o capítulo introdutório da Base Nacional Comum Curricular e foram definidas a partir dos direitos éticos, estéticos e políticos assegurados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e dos conhecimentos, habilidades, atitudes e valores essenciais para a vida no século 21.

 

Em cada competência listada é destacado seu foco e resultado pretendido. Assim, mesmo enunciadas com temas amplos (Conhecimento; Pensamento científico, crítico e criativo; Repertório Cultural; Comunicação; Cultura digital; Trabalho e projeto de vida; Argumentação; Autoconhecimento e autocuidado; Empatia e cooperação; Responsabilidade e cidadania), é possível ter clareza sobre o que trata e para quê (propósito). 

Mas afinal, por que competências?

As transformações em curso no mundo exigem um novo profissional, alguém que esteja preparado para resolver problemas e situações complexas, as quais muitas vezes não foram previstas.

Sendo assim, cabe à Educação desenvolver a capacidade (competências) para que o sujeito mobilize ao mesmo tempo, na resolução do problema, conhecimentos, habilidades, experiências e atitudes de diversas naturezas.

 

Ser competente significa saber fazer escolhas, decidir, mobilizar recursos e agir.

Julio Furtado

 

Vemos então que a competência é construída a partir de saberes diversos que abrangem o saber saber (conhecimento), saber fazer (habilidades) e saber ser (valores). Todos estes possuem níveis de complexidade que são adquiridos de acordo com o estímulo recebido e o grau de consciência da aprendizagem. Desse modo, articulados os saberes, a aprendizagem será significativa e os resultados mais qualificados.

Como estão articuladas na BNCC?

Cada uma das 10 competências apresentadas está articulada em dimensões e subdimensões que elegem as habilidades a serem desenvolvidas numa perspectiva relacionada à Taxonomia de Bloom.

Desse modo, a cada nova aprendizagem é valorizado além da aquisição do conhecimento, a compreensão, aplicação, análise, avaliação e criação. Isso faz com que ele se transfigure em uma ação (atitude) que gera habilidades e novas posturas (valores).

Como a BNCC colabora no novo modelo de ensino?

A BNCC confirma seu compromisso com a educação integral, ou seja, reconhece que o desenvolvimento se dá de forma complexa e não linear, particular em cada um. Assumindo uma visão plural, singular e integrada do sujeito (criança, jovens e adultos), promovendo uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades.

 

Para que a educação integral seja desenvolvida é preciso que alguns vícios ainda presentes sejam eliminados, como por exemplo a apresentação do conteúdo de forma sistematizada. Isto é, ao invés de apresentar um problema que envolve o conhecimento em questão, é apresentado “as características e funções” do mesmo.

 

Dito de outra forma, em vez de dar a laranja e deixar o aluno explorar da casca até o suco, já é servido o suco pronto. Sem mencionar que todos devem tomá-lo ao mesmo tempo, ou seja, tempo de aprender igual.

 

Ao eleger o ensino baseado no desenvolvimento de competências é preciso ter clareza de que a oferta de diferentes modos de aprendizagem é uma exigência natural para que a competência se desenvolva nos alunos, já que a diversidade é uma realidade.

 

Enfim, a BNCC vem para colaborar com as exigências atuais na construção de um novo modelo de ensino, que valoriza o desenvolvimento integral da pessoa, respeitando sua singularidade, onde a qualidade da educação é medida pelas competências desenvolvidas.

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[1] Segundo dados coletados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Fonte: http://portal.mec.gov.br

[2] Fonte: basenacionalcomum.mec.gov.br


Como a criatividade colabora na educação de qualidade?

Como transformar as aulas em uma experiência de vida com significado?

Em busca de uma educação de qualidade, em dezembro de 2017 foi homologada a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que abrange direitos e objetivos de aprendizagem, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.

A BNCC apresenta o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos têm direito na Educação Básica, alinhando a educação brasileira com as necessidades do século XXI.

Sendo assim, muitos autores/educadores destacam que a educação de qualidade é aquela que tem como foco principal a PESSOA, por meio do desenvolvimento de habilidades e competências, e não, a mera transmissão de conteúdo.

Nesse sentido, em seus diálogos com a criatividade, Saturnino de la Torre (2005) destaca a importância da criatividade no currículo escolar, fazendo uma analogia com a banca de revistas.

Lugar de livre acesso, com opções diversificada de produtos e disponível inclusive nos finais de semana, a banca de revistas é um lugar de provocações e de encantamento, disponível para todos e aberta diariamente.

O que podemos aprender?

Na banca de revistas, o ponto principal é o cliente, aquele que busca o produto a ser consumido. Por sua vez, na educação de qualidade, o foco é o aluno.

Por isso o primeiro passo é atrair, motivar, estar predisposto a ouvir a sua mensagem para que se possa adequar conteúdos e estratégias de acordo com seus interesses.

Ao verificar os dados do resultado do Exame Nacional de Desempenho do Estudante (ENADE) 2016, verificamos que o interesse do aluno para que este se torne agente de sua aprendizagem, está muito baixo, visto que 42,8 % estudam de 1 a 3 h/semana.

Assim como a banca de revistas atrai pela diversificação de produtos, também a educação, em todos os seus níveis pode motivar o interesse do aluno ao fazer uso de metodologias de ensino que provocam sua proatividade. São as chamadas Metodologias Ativas.

Nessa nova abordagem é valorizada uma tripla dimensão dos conteúdos, seja nos conceitos e sistemas conceituais, procedimentos, atitudes e valores, as dimensões do saber, fazer e ser estão presentes em todo o processo formativo, desde a educação infantil até a formação continuada.

Assim também, é desafiado o profissionalismo do professor, responsável pelo desenvolvimento de atitudes e habilidades, inclusive as criativas.

De la Torre reforça a importância do estímulo à criatividade desde o início da vida escolar, visto que quanto mais cedo iniciar, mais fácil será sua apropriação, aumentado o potencial inovador dos estudantes, futuros profissionais.

 

Como enfrentar os desafios deste início de século?

A inserção do ensino bilíngue, concepção de currículo integrado e parcerias com instituições estrangeiras são algumas das estratégias em uso.  Nas palavras do presidente da Abepar, Mauro Aguiar, “quem não se movimentar vai perder aluno”.

Entretanto, pouco efeito terá se a transformação não acontecer de modo mais profundo, ou seja, do âmbito pessoal para o coletivo.  Os novos desafios que se se apresentam exigem que os professores estejam preparados.

Desse modo, precisam ser capazes de exercitar em si e com os alunos a percepção dos problemas do mundo a partir de uma abordagem sistêmica, holística, estimulando a cooperação e trabalho integrado.

A educação se dá a partir do contato com a realidade, onde o conhecimento é adquirido pela vivência na resolução de problemas, de modo particular e também coletivo.

 

O conhecimento é produzido da prática para a teoria.

 

Na educação de qualidade, o professor manifesta sua competência criativa ao desenvolver situações de aprendizagem onde o conhecimento é decorrência do ensino criativo.

Nele, o professor é um facilitador da aprendizagem, criando modos que estimulem a curiosidade, a investigação, a criação e verificação de hipóteses sem o engessamento de uma rotina aborrecida.

Para tanto, faz uso de recursos e estratégias de acordo com o perfil dos alunos e do problema em questão, adaptando-os sempre que houver necessidade.

Assim, poderá utilizar mapa mental, visita técnica, estudo de caso, aprendizagem baseada em problemas, role play, filmes, dramatização, storytelling e outros.

Em uma educação de qualidade a criatividade é um elemento provocador e motivador da aprendizagem, que pode estar inserida em diferentes aspectos do planejamento: objetivos, conteúdos, estratégias docentes, recursos e materiais, e avaliação.

Se você quer saber mais sobre criatividade e educação, eu posso lhe ajudar. É só entrar em contato. 

Um grande abraço!

 

 


A inovação já chegou na educação, você está preparado?

Enfim, chegamos novamente ao final de mais um ano. Momento de pensar sobre os rumos percorridos e os resultados obtidos, corrigindo a rota mais uma vez. O que foi mais privilegiado: a manutenção da rotina ou o desafio da inovação?

O que recebeu mais ênfase no processo de ensino e aprendizagem: o desenvolvimento de ações já testadas anteriormente, cujo resultado pode ser antevisto ou a proposição de ações inéditas e que traz o sabor de novos desafios metodológicos?

As mudanças continuam intensas e inevitáveis. Um exemplo, no mundo da educação é a presença da tecnologia, uma realidade que já nem pede mais espaço. Ela faz parte da inovação na educação!

 

E você? Está preparado?

Pesquisa realizada em 2016 pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic), tendo como universo pesquisado do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental e 2º ano do Ensino Médio, aponta que 52% das escolas, abrangendo públicas e privadas, utilizam o celular em sala de aula.

Dados do Ministério da Educação (MEC) confirmam que 97% das escolas púbicas de Ensino Médio têm computadores para os alunos e 74% têm internet banda larga.

Embora haja desigualdade entre o setor privado e o público, a disponibilidade de internet é muito semelhante, sendo 98% nas escolas particulares e 95% nas públicas.

O acesso à internet móvel também é significativo, já que 91% dos professores possuem smartphone, enquanto 77% dos alunos usam a rede por meio do celular.

Entretanto, apesar da popularização da tecnologia, ela é apenas parte da inovação. O ponto principal continua sendo a relação entre as pessoas, neste caso, entre professores e alunos.

Assim, a disponibilidade de acesso e o uso por si só desta tecnologia, não é garantia de melhores resultados no processo de ensino e aprendizagem.

 

Mas afinal, como se dá a inovação na educação?

Inovar significa mudar, alterar algo conhecido para produzir um resultado melhor. Nesse sentido, podemos mudar algo de modo radical, chamada de inovação  disruptiva, ou uma mudança parcial, a partir de algo que já está em uso, para então buscar alternativas de aprimoramento, denominada de inovação sustentada.

Na educação, a inovação disruptiva se dá no oferecimento de cursos online para atender necessidades especiais (crianças superdotadas, especiais, ensino de línguas, música, economia).

É possível perceber a grande oferta de cursos online com temas variados, sendo de curta duração o desenvolvimento das aulas, mas com acesso ao material de até 2 anos. Assim, é possível que o aluno retome os conteúdos e refaça as atividades sempre que quiser, no seu tempo.

Da mesma forma, com relação à educação, chamamos de inovação sustentada aquela que parte de algo já conhecido e muitas vezes rotineiro, para trazer proposições de melhoramento.

Portanto, como exemplo de inovação sustentada na educação, temos escolas que fazem uso da tecnologia (computadores e internet) como suporte pedagógico, com objetivo de que seus alunos tenham melhores resultados de aprendizagem.

Outro exemplo de inovação sustentada é a adoção do ensino híbrido, que combina as vantagens da educação online com parte dos benefícios do ensino tradicional. Para tanto, faz uso das metodologias ativas, cujo foco é o desenvolvimento do protagonismo do aluno no processo de aprendizagem, sendo o professor, um motivador e mediador.

Em todos os tipos de metodologias ativas há um problema a ser solucionado, que é exposto aos alunos de modo motivador. Método do Caso, Aprendizagem Baseada em Problemas, Role-play (Jogo de Papéis), Storytelling (Contação de história) são apenas alguns exemplos.

Avaliar e inovar, um percurso que nunca se esgota

Enfim, é preciso acompanhar o movimento dinâmico da vida e suas demandas por inovação, inclusive na educação. Para isso, é preciso o exercício de um mindset flexível, que busca sempre renovar o conhecimento com competência e criatividade

Para tanto, a formação contínua por meio de cursos de curta duração; o compartilhamento de experiências e dúvidas, em redes de atores e a investigação na ação devem fazer parte do cotidiano daqueles que tem na educação de qualidade o seu propósito.

Isto porque, o que no início pode causar estranheza devido ao seu caráter inovador, após implantação se revela altamente envolvente e significativo, oportunizando melhora nos resultados.

Como enfatizado por Antonio Dias de Figueiredo, “o que faz a diferença em um mundo de abundância, é o que é agradável aos olhos e sedutor à alma”.  Preparar jovens para que se tornem profissionais que fazem uso da criatividade e da inovação deve ser, portanto, a bússola que orienta o ensino.

Portanto, aproveite esse momento, avalie o percurso, corrija a rota em busca de novos desafios! Quando um novo ano se aproxima, uma nova oportunidade se abre!

Um grande abraço!


Quando desafios deixam saudades?

Outro dia encontrei um aluno no corredor da faculdade e enquanto nos dirigíamos para as respectivas salas de aula ouvi dele um comentário que me fez pensar….  “que saudades das suas aulas, elas traziam desafios!”

Senti enorme satisfação, com sensação de dever cumprido!

Ainda mais porque este aluno, havia retomado seus estudos após longo período, o que exigiu um esforço maior de sua parte. Mesmo assim, sentiu-se encorajado para superar os desafios propostos. Não é motivo de satisfação?

Os desafios que proponho a meus alunos é o de potencializar sua aprendizagem fazendo uso do desenvolvimento da criatividade ao mesmo tempo que incentivo seu autoconhecimento.

Como esses desafios colaboram na aprendizagem?

Naturalmente, independentemente do grau de conhecimento já adquirido, da experiência de vida trazida ou das competências e habilidades já desenvolvidas, todos nós sempre temos questões a superar. Assim sendo, todos somos candidatos para desafios!

 

Do mesmo modo, a sala de aula, é na sua origem, o espaço perfeito para a realização de desafios que promovam aprendizagem. Cabe então ao professor inspirar seus alunos para que os realizem de maneira que seus resultados colaborem no desenvolvimento pessoal.

Por outro lado, quando o processo de ensino e aprendizagem se mantém preso ao repasse e aquisição de conhecimentos já consolidados e estabelecidos, não há espaço para a curiosidade, o questionamento e a criatividade.

Ali dominam a hierarquia, a rotina e a desmotivação.

É possível virar o jogo!

Os desafios que resultam em crescimento pessoal motivam para a ação e têm seu resultado desejado planejado desde o início. Levam em consideração as defasagens individuais e o gerenciamento do tempo, sem abrir mão do objetivo final.

Além disso, os desafios devem envolver resultados para curto, médio e longo prazo. Para se manter com motivos para a ação, os desafiados devem poder “saborear” pequenas vitórias que ao final irão gerar a transformação – o desenvolvimento de uma nova habilidade, competência ou aquisição de novo conhecimento.

Ao mesmo tempo, assim como as singularidades são respeitadas, é preciso estimular a importância do trabalho para o bem de todos, onde o mais importante é que todos alcancem a superação gerada pelos desafios.

Desse modo, mais importante do que a satisfação instantânea gerada pela descoberta pessoal é a valorização do trabalho colaborativo, pois a dificuldade de um pode ser a habilidade de outro.

Enfim, os desafios que promovem aprendizagem se guiam por uma causa – superação e autoconhecimento, porque mais do que simplesmente aprender, o que se busca é uma transformação.

Assim sendo, têm seus resultados planejados com antecipação, respeitam a experiência de vida dos desafiados, sem limitar-se a ela.  Durante seu percurso, também são previstas gratificações com níveis diferentes e valorizam a relação interpessoal.

Deixamos saudades quando mobilizamos as pessoas de modo que os desafios promovam transformações e compromisso compartilhado. Você não  acha que é um bom motivo?


O futuro já chegou, como garantir qualidade de ensino?

Ao fazer uma análise sobre a educação brasileira, independentemente do nível de ensino (primário, secundário ou terciário) a conclusão sempre é a mesma: é preciso melhorá-la! Basta observar as taxas de evasão escolar e as pesquisas sobre a qualidade da aprendizagem.

Infelizmente os números mostram que os estudantes brasileiros têm muita dificuldade para compreender o que leem, bem como conceitos básicos de matemática e ciências. Estudos revelam que apenas 0,8% dos estudantes atingem níveis com maior conhecimento.

 

A potência maior da educação é sua qualidade de ser o insumo mais importante para o desenvolvimento sustentável. Segundo o Relatório de Monitoramento Global da Educação (UNESCO, 2016), quanto melhor a educação, maior a prosperidade. Por isso é fundamental a maneira como é pensada a educação e seu papel no bem-estar humano e no desenvolvimento global.

Consequentemente, são os professores que têm a responsabilidade de fomentar os tipos adequados de habilidades, atitudes e comportamento que promoverão o crescimento sustentável e inclusivo.É preciso preparar os professores para que colaborem nas mudanças que estão em curso no mundo do trabalho, pois são os que atuam diretamente com os profissionais do futuro.

Como suas ações se impactam o mercado de trabalho?

Estudo desenvolvido em parceria pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP-FGV) e pela PwC destaca como megatendências que já afetam as empresas, fatores como dificuldade de obter profissionais qualificados para as necessidades da sua empresa (73%), o surgimento de novas expectativas e valores em relação ao trabalho e à carreira (62%), além do impacto da tecnologia e da comunicação (47%).

Ao refletir sobre isso, podemos deduzir que o foco de uma educação desatualizada, frente às necessidades atuais e futuras impede a geração de qualidade no ensino, influenciando no aumento do desinteresse dos alunos e das taxas de evasão.

É preciso rever o ensino que valoriza demais o conhecimento cognitivo em detrimento do desenvolvimento de atitudes e habilidades, bem como a comunicação “unificada”, isto é, aquela que privilegia apenas uma estratégia de comunicação – a de quem comunica, seja ela visual, auditiva ou cinestésica, e “esquece” de abranger as estratégias dos seus interlocutores.

Isto fica muito claro quando Claudio Sassaki, CEO da Geekie aponta que “o sistema (de educação) atual estimula a memorização de conteúdos e trata todas as pessoas como se elas fossem iguais”.

Em direção a um novo cenário

Para que a qualidade do ensino aconteça e atenda às necessidades do século XXI é preciso abranger os quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser.

  • Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias. O que também significa: aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida.

 

  • Aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Isso inclui oportunizar experiências que aproximem o ensino do mundo do trabalho.

 

  • Aprender a viver juntos desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências — realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos — no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.

 

  • Aprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade pessoal. Para isso, não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.

 

O profissional que queremos

Por conta desse cenário, é urgente investir na qualidade do ensino, pois o trabalho do futuro exigirá flexibilidade dos profissionais para que exerçam diversas atividades e que estejam dispostos a aprender e mudar, sempre que necessário.

Segundo Regina Madalozzo, Coordenadora de mestrado do Insper, os jovens precisam ser preparados para continuar aprendendo. É preciso incentivar muito a educação, o mercado vai precisar de pessoas que aprendam continuamente.

Assim, inegável concluir que inovação e qualidade de ensino estão diretamente relacionadas a fatores como: o uso da tecnologia – enquanto aliada ao processo de ensino e aprendizagem; a multidisciplinaridade, valorizando também a amplitude de conexões; o desenvolvimento de soft kills e da autonomia, tendo a criatividade como elo mobilizador.

A qualidade de ensino de qualquer curso será diretamente proporcional à capacidade de desenvolver em seus alunos não só a competência para resolver problemas, mas também o conhecimento, a empatia, a autonomia e a criatividade.  

Para tanto, investimentos em formações continuadas devem ser parte do cotidiano tanto do profissional quanto da instituição que valoriza a qualidade do seu ensino.

 

Um grande abraço,