Já aconteceu de você estar dirigindo uma oficina ou curso, pedir para os integrantes formarem grupos e você perceber que se instala um estado de ansiedade, de apreensão?
Mesmo estando ali para viverem novas experiências, os primeiros momentos de integração sempre despertam dúvidas, afinal, quem são estas pessoas? O que pensam? Como acolhem as ideias propostas? Tudo isso afeta o processo criativo.
Isso é reflexo de barreiras culturais e emocionais que se instalaram desde muito cedo, fazendo com que a expressão criativa seja regulada pelo medo de tudo que possa ser considerado ridículo ou motivo de crítica alheia, prejudicando a integração no grupo. Como acabar com esse fantasma?
Para que o processo criativo se realize de modo potente é preciso primeiramente qualificar o grupo, ou seja torna-lo “um corpo só”. Isso quer dizer que todos devem se respeitar, sendo importantes em igual medida.
Então, a integração dos membros é fundamental, onde o primeiro passo é a quebra de escolhas prévias, ou seja, quem integrará o grupo. Os integrantes não escolhem uns aos outros, mas são escolhidos por suas próprias tomadas de decisão. Por exemplo: para a formação dos grupos, solicitar a escolha de frutas, cores, flores ou objetos ligados ao problema que o processo criativo será desenvolvido. Ou seja, qualquer elemento que não apresente hierarquia de valor, como acontece com números e letras do alfabeto.
Desse modo, a cada escolha grupos com novos integrantes terão oportunidade de ser formados, novos vínculos serão estabelecidos, enriquecendo de possibilidades o processo criativo por meio de sua integração.
Nesse momento, o objetivo maior é o acolhimento, desenvolvendo nos integrantes a segurança para explorar todo o seu potencial criativo. O modo como os integrantes de um grupo se sentem irá determinar a coesão do grupo e por sua vez, influenciar na qualidade do processo criativo.
Para dar início ao processo criativo é preciso estar “aquecido”, envolvido e ao mesmo tempo confiante. Quando consideramos que este percurso será desenvolvido em grupo, é fundamental a presença da confiança, pois o medo da exposição é uma poderosa barreira ao fluxo de ideias.
Durante a integração também é importante promover a consciência de que todos os integrantes são especiais, pois cada um traz uma experiência de vida única. Esta diversidade natural se manifesta como um fator que enriquece o grupo, oferecendo mais perspectivas na geração de ideias.
Ao quebrar pré-julgamentos na formação do grupo, ao mesmo tempo em que se estimula a integração por meio da confiança, autoconceito positivo e geração de ideias, o grupo é preparado para a etapa seguinte: a provocação.
Você recorda uma experiência marcante envolvendo trabalho em grupo? Compartilhe comigo!
Abraços,
Glória Weisheimer