Criatividade como “salvadora” da Educação
Quem atua na Educação tem ouvido muito sobre a necessidade da criatividade para melhorar os resultados do processo de ensino-aprendizagem.
Chega a soar como um remédio para todos os males. O aluno não gosta de ler? Seja criativo! Não consegue manter a atenção por mais de 15 minutos? Seja criativo! Não executa as atividades? Seja criativo! E por aí vai….
Afinal, qual é o papel efetivo da criatividade na crise atual da Educação?
Acredito que estamos em um momento de transição, onde o processo de ensino-aprendizagem conhecido e ainda muito utilizado é que está em crise. Nele, o professor é o agente ativo – aquele que ensina, e o aluno, o agente passivo –aquele que aprende ao responder às motivações lançadas pelo professor.
Embora a percepção de que os alunos aprendam de modos diferentes e em tempos diferentes seja conhecida há mais de 25 anos, ainda assim pouco mudou. A ênfase maior ainda é dada no conteúdo estabelecido historicamente.
Como é seu diálogo com a criatividade? Infelizmente, muitas vezes, fica restrito a iniciativas pontuais de professores.
Ao mesmo tempo, cada vez mais aumenta a consciência de que é preciso preparar os alunos para a resolução de problemas, inclusive aqueles que não conseguimos prever. Além disso, prepará-los para enfrentar os desafios de um cenário incerto e complexo como é o século XXI.
Ao observar o passado, vemos que ainda na década de 1960, Jerome Bruner (1962) destacou a importância do desenvolvimento da criatividade nos alunos, como preparação para o futuro, já que este é difícil de ser definido.
Vemos então a criatividade como uma das ferramentas que o tornam preparado para viver. Ao desenvolver o potencial criativo juntamente com as habilidades cognitivas, isso irá colaborar na sua percepção de si, do outro e da vida.
Para tanto, uma das opções é incentivar o uso de jogos e da fantasia tanto quanto do conhecimento teórico complementado pela experiência pessoal. A expressão da criatividade pode e deve fazer uso das diferentes linguagens (verbal, visual, sonora e gestual), colaborando assim para aumento da flexibilidade na resolução de desafios.
Assim, a criatividade não será vista como a “salvadora” da Educação, mas como uma companheira sempre presente.