Artigos Criatividade


Percepção e zona de conforto

Quando estamos em contato com o que já é conhecido, sejam pessoas, lugares ou experiências, dizemos que estamos na zona de conforto.

Os desafios se apresentam como surpresas agradáveis que logo são resolvidos. O que não notamos é que nossa percepção diminui, fazendo da zona de conforto uma prisão onde a criatividade não tem chance.

O que é mais importante para você? Viver satisfeito em sua zona de conforto ou manter sua percepção em movimento constante? É possível uma coexistência pacífica entre ambas? Como a criatividade é afetada por essa relação?

Como na zona de conforto os limites já são conhecidos, o grau de previsibilidade é maior, ou seja, é possível prever problemas e soluções. O planejamento é mais um roteiro a ser seguido. Com o risco sendo menor os resultados serão mais fáceis de prever. A percepção do contexto logo começa a ficar cristalizada devido à monotonia e à rotina que se instala.

Sendo assim, para manter a percepção em movimento é preciso alterar os limites da experiência vivida, mudar a perspectiva do olhar para que as soluções não fiquem empobrecidas com o tempo. Abandonar, mesmo que momentaneamente a zona de conforto, o já conhecido.

Quem tem a criatividade como ferramenta de trabalho sabe que a zona de conforto pode se transformar em terreno movediço se não ficar atento. O exercício da criatividade precisa de sensibilidade na percepção dos problemas.

Desse modo, perceber os problemas também diz respeito a dar o que as pessoas precisam e não naquilo que elas querem. Segundo Henry Ford, as pessoas queriam cavalos mais rápidos, ele inventou o automóvel.

Descobrir o que as pessoas necessitam fazendo uso da percepção fará com que os resultados resolvam o problema de modo eficiente, com menor esforço e maior qualidade.

Ao expandir os limites da zona de conforto exercitando sua percepção você terá maior clareza das necessidades reais contidas nos problemas e, com criatividade, unir recursos e desejos.


Bloqueio criativo: 5 Dicas para resolvê-lo

Um comentário inoportuno feito em público? Uma infelicidade trazida pela vida? Um ambiente que pressiona com prazos e conteúdo? Tudo isso e muito mais pode ser motivo para que se instale o bloqueio criativo. O que fazer?

 

Para que isso você não fique refém destes momentos, correndo até o risco do bloqueio criativo virar um hábito cada vez que a pressão aumenta, é importante saber de onde vem.

A origem do bloqueio criativo pode ser interna, de ordem mental ou emocional; do próprio meio sociocultural ou ainda do ambiente de trabalho.

Para dominá-los, é preciso identificar esses bloqueios criativos e tomar consciência deles.

Como a criatividade está relacionada à maneira de ser e de fazer algo, é importante ficar atento ao modo como você se relaciona com os bloqueios criativos com os quais se depara.

Seguem algumas dicas para acabar com alguns bloqueios à criatividade:

  1. Flexibilidade: mantenha a percepção e o pensamento flexível frente ao problema. Explore mais de uma dimensão. Lembre-se que vários caminhos levam à Roma!
  2. Exploração: estabeleça conexões entre os elementos do problema, fazendo associações com algo que você já conheça. Dê asas à imaginação!
  3. Atenção: mantenha um olhar aguçado, a verdade nem sempre está na aparência. Um detalhe pode fazer a diferença.
  4. Curiosidade: utilize mais de um sentido na observação do problema. Chame sua criança interior para lhe ajudar.
  5. Insatisfação: exercite a busca de mais de uma solução para qualquer problema. Não se dê por satisfeito com a primeira resposta. Todo problema sempre tem mais de um ponto de vista.

A valorização excessiva do raciocínio lógico diminui a imaginação, facilitando a instalação do bloqueio criativo. Exercitar a criatividade exige que você saia da zona de conforto, dos caminhos conhecidos e explore outros percursos.

 

   Faça o que pode, com o que tem, onde estiver.

Theodor Roosevelt

Então, não se intimide! Vire a página e comece novamente!

Um grande abraço,

Glória Weissheimer


O olhar sensível no exercício da criatividade

Olhar sensível é uma expressão que contém duas palavras muito utilizadas no cotidiano. Quando conectadas ao exercício da criatividade, adquirem potencial de ferramenta e habilidade. Como isso acontece?

Você já percebeu que estamos em constante contato com estímulos visuais? Tudo o que nos rodeia, seja de origem humana, animal, vegetal ou industrial, é constituído por cores, formas, linhas, texturas, dimensões e planos. A questão é: como percebemos isso?

A visão é o sentido mais utilizado desde o nascimento. Desde que nasce o bebê é estimulado para desenvolver a memória de reconhecimento visual. Esta se desenvolve quando são apresentados dois objetos simultaneamente, sendo um deles desconhecido. Sua capacidade de distinguir os estímulos será maior na medida em que fixar mais a atenção ao estímulo desconhecido. Como fazer com que esse olhar interessado se torne um olhar sensível?

A sensibilidade para o que é desconhecido ou inusitado exige que você esteja disposto a experimentar as sensações estimuladas pelos sentidos quando elas se manifestarem. São elas que conectam você ao mundo e ao que acontece ao seu redor. Então, se permita sentir….

Quando estas sensações chegam à consciência, se tornam percepções, pois adquirem maior elaboração mental.

Seu olhar sensível se manifesta quando você se sente estimulado por algo que vê e traduz isso em palavras (internas ou não). Desse modo, seu repertório de imagens é ampliado.

O mesmo acontece com os outros sentidos: tato, audição, olfato e paladar.

Porém, você não utiliza apenas um sentido para se apropriar de algo. Geralmente estão envolvidos mais de dois sentidos. Um exemplo disso foi a cena que presenciei na banca de revista.

Estava uma menina de 4 anos aproximadamente junto com a mãe, aguardando o pai. A menina estava dentro do carrinho do mercado, junto com um vaso de girassóis. Minha atenção foi mobilizada porque a mãe dizia:

– Não faça assim, você vai machucar a plantinha!

-Mas eu quero ver! , justificava a menina

– Então veja com os olhos, não com as mãos!

A menina estava impressionada com a flor, cheirava, olhava, tocava e manifestava verbalmente sua satisfação.

Pensei, em que momento da vida passamos a nos contentar a restrição, com o empobrecimento de um olhar sensível? Como expressar criatividade se a exploração do mundo se tornou empobrecida?

Uma possibilidade é desenvolver a inteligência fluida, proposta por Horn e Catell, caracterizada pela capacidade de desenvolver problemas novos e que exigem pouco ou nenhum conhecimento prévio. Este tipo de inteligência é relativamente independente de influências educacionais e culturais.

A capacidade de perceber relações, formar conceitos e fazer conclusões são próprias da inteligência fluida, assim como a rapidez perceptual.

Para que você desenvolva seu olhar sensível é preciso manter seus sentidos conectados com o ambiente, se permitir afetado pelas emoções que emergirem dessa experiência e transformá-las em percepções conscientes. Assim poderão ficar guardadas em seu arquivo mental para serem utilizadas como recurso durante o processo de criatividade.

Então, que tal explorar seu olhar sensível e ganhar mais em criatividade?

Um abraço,

 


Ideias criativas para consumidores vorazes

Ideias criativas são como sementes que precisam de tempo mínimo para germinar. Porém, os consumidores da geração digital estão desenvolvendo cada vez mais o “agoracentrismo”, traduzido pela expressão: é prá já? Ou para agora? Ao detectar sua necessidade são intensos no desejo, velozes na busca pela solução e esperam urgência na sua satisfação.

Como manter o fluxo de ideias criativas para acompanhar este voraz consumidor/cliente? Afinal, de onde vem as ideias criativas?

Assim como uma planta é um organismo vivo que precisa ser cuidado para que dê seus frutos, a criatividade também exige consciência e constância de estímulos. Quanto mais você estimular a criatividade, mais resultados satisfatórios acontecerão. Segundo Michelângelo, a obra já se encontra dentro do mármore, basta percebê-la e trazê-la para fora.

A criatividade é constituída por fatores cognitivos, afetivos e tensionais que influenciam no conteúdo e forma de apresentação do que será tido como resultado.  Sendo assim, você pode fazer uso de alguns truques cognitivos para provocar os insights criativos, que são os momentos em que a ideia inicial se apresenta.

Um recurso para estimular os insights é mudar estados emocionais. Se você é do tipo pessimista, tente um olhar mais otimista do problema em questão. Caso seja otimista, faça o contrário. Considere o contexto ou lugar onde costuma fazer as sessões de busca de ideias, troque de ambiente e de horários. Não se apegue a uma ideia apenas.

Exercite constantemente o potencial criativo, independente de uma demanda externa. Pratique o olhar sensível e estimule a produção de sentidos não convencionais.

Mesmo sendo vários os fatores que contribuem para o surgimento de grandes ideias, há cinco elementos que parecem ser os mais eficientes para a ocorrência de insights criativos: curiosidade, limites, convenções, ligações e códigos.

O domínio destes elementos dará oportunidade de você desenvolver um código criativo pessoal e único, que poderá ser utilizado nas situações que você determinar.

 


A importância da criatividade na solução de problemas

Em algum momento da vida você já se deparou com um problema que parecia não ter solução, fosse um quebra-cabeça ou uma questão profissional?

Cansado de insistir na resolução abandona-o por um momento e vê surgir a resposta quando está distraído fazendo outra atividade, molhando a grama ou passeando com o cachorro. Como isso é possível?

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